Enxaqueca
Enxaqueca é um distúrbio neurovascular crônico, incapacitante, caracterizado por dor de cabeça de média a forte intensidade, freqüentemente unilateral e latejante. Em 15% a 25% dos casos, o quadro de dor é precedido por aura, um distúrbio visual que se caracteriza por visão embaçada ou pelo aparecimento de pontos luminosos ou de pontos escuros, de manchas ou, ainda, de linhas em zigue-zague.
Causas
Não se conhecem, ainda, as causas da enxaqueca, mas sabe-se que é uma doença multifatorial e de predisposição genética. Parece que o cérebro das pessoas que têm enxaqueca reage mal a picos de estresse, à ansiedade, à ingestão de determinados alimentos.
Fatores desencadeantes
Existem três fatores praticamente universais que disparam as crises. O primeiro é ficar sem comer; o segundo é a ingestão de bebidas alcoólicas, de vinho tinto principalmente e o terceiro o alto consumo de cafeína, uma substância encontrada não só no café, mas também no chocolate, coca-cola, chá preto, etc.
Sintomas
1. Dor de cabeça pulsátil, de intensidade de média à forte, unilateral (às vezes dos dois lados) e incapacitante;
2. Dor de cabeça que piora com a movimentação;
3. Fotofobia e fonofobia (sensibilidade à luz e aos ruídos);
4. Náuseas e vômitos;
5. Irritabilidade.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico e leva em conta a ocorrência de episódios de cefaléia, que duraram de quatro a setenta e duas horas, acompanhados dos sintomas descritos acima.
Prevalência
A prevalência da enxaqueca é alta, maior nas mulheres (15% a 18%) do que nos homens (6%). A enfermidade costuma surgir na adolescência, mas pessoas de qualquer idade estão sujeitas a manifestar a primeira crise.
Tratamento
A associação de tratamentos medicamentosos e não medicamentosos tem-se mostrado eficaz para o controle das crises de enxaqueca. Há várias classes de medicamentos que podem ser usados para controlar ou prevenir as crises. Eles devem ser administrados assim que a dor se manifesta.
A indicação do tratamento preventivo leva em conta a freqüência das crises (no mínimo, quatro por mês) e os distúrbios a elas associados (depressão, ansiedade, problemas de sono, aura).
Mudanças no estilo de vida, controle do estresse e dos níveis de ansiedade, exercício físico, alimentação equilibrada são medidas importantes para o sucesso do tratamento não medicamentoso, que pode requerer também a participação de psicoterapeutas e fisioterapeutas.
Recomendações
• Tomar o medicamento prescrito pelo médico, assim que a dor de cabeça começa, evita a necessidade de doses mais altas para controlar a crise;
• Enxaqueca com aura é um sinal que indica o aumento do risco para isquemias e derrames cerebrais;
• A associação de cigarro, anticoncepcional e enxaqueca com aura é um fator de risco para a ocorrência de acidentes vasculares cerebrais;
• Estado emocional, picos de estresse, noites mal dormidas e agitação exagerada podem provocar o aparecimento das crises;
• Certos alimentos podem disparar a crise de enxaqueca. Procure evitar os que comprovadamente podem acelerar o processo doloroso.
Sinusite
Sinusite é a inflamação das mucosas dos seios da face, região do crânio formada por cavidades ósseas ao redor do nariz, maçãs do rosto e olhos.
Os seios da face dão ressonância à voz, aquecem o ar inspirado e diminuem o peso do crânio, o que facilita sua sustentação. São revestidos por uma mucosa semelhante à do nariz, rica em glândulas produtoras de muco e coberta por cílios dotados de movimentos vibráteis que conduzem o material estranho retido no muco para a parte posterior do nariz com a finalidade de eliminá-lo.
O fluxo da secreção mucosa dos seios da face é permanente e imperceptível. Alterações anatômicas, que impedem a drenagem da secreção, e processos infecciosos ou alérgicos, que provocam inflamação das mucosas e facilitam a instalação de germes oportunistas, são fatores que predispõem à sinusite.
Sintomas
As sinusites podem ser divididas em agudas e crônicas.
Na sinusite aguda, costuma ocorrer dor de cabeça na área do seio da face mais comprometido (seio frontal, maxilar, etmoidal e esfenoidal). A dor pode ser forte, em pontada, pulsátil ou sensação de pressão ou peso na cabeça. Na grande maioria dos casos, surge obstrução nasal com presença de secreção amarela ou esverdeada, sanguinolenta, que dificulta a respiração. Febre, cansaço, coriza, tosse, dores musculares e perda de apetite costumam estar presentes.
Na sinusite crônica, os sintomas são os mesmos, porém variam muito de intensidade. A dor nos seios da face e a febre podem estar ausentes. A tosse costuma ser o sintoma preponderante. É geralmente noturna e aumenta de intensidade quando a pessoa se deita porque a secreção escorre pela parte posterior das fossas nasais e irrita as vias aéreas disparando o mecanismo de tosse. Acessos de tosse são particularmente freqüentes pela manhã, ao levantar, e diminuem de intensidade, chegando mesmo a desaparecer, no decorrer do dia.
Recomendações
· O mais importante é diluir a secreção para que seja eliminada mais facilmente;
· Na vigência de gripes, resfriados e processos alérgicos que facilitem o aparecimento de sinusite, beba bastante líquido (pelo menos 2 litros de água por dia) e goteje de duas a três gotas de solução salina nas narinas, muitas vezes por dia. A solução salina pode ser preparada em casa. Para cada litro d'água fervida, acrescente uma colher de chá (09 gramas) de açúcar e outra de sal. Espere esfriar antes de pingá-la no nariz;
· Inalações com solução salina, soro fisiológico ou vapor de água quente ajudam a eliminar as secreções;
· Evite o ar condicionado. Além de ressecar as mucosas e dificultar a drenagem de secreção, pode disseminar agentes infecciosos (especialmente fungos) que contaminam os seios da face;
· Procure um médico se os sintomas persistirem. O tratamento inadequado da sinusite pode torná-la crônica.