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quinta-feira, 15 de março de 2012

PROGRAMA TARDE TOTAL: MOMENTO DA MELHOR IDADE

O Perigo da auto medicação

Todos, em algum momento da vida, tomamos remédios por conta própria. Seja para curar aquela dor de cabeça ou uma gripe, todos temos uma caixinha de remédios em casa, a que recorremos quando alguma coisa não vai bem fisicamente. No entanto, um estudo publicado nos Cadernos de Saúde Pública, em fevereiro deste ano, mostrou que pessoas idosas são mais sensíveis aos efeitos adversos e toxicidade dos medicamentos e devem tomar muito mais cuidados antes de se automedicar. O objetivo do estudo foi avaliar a prevalência e fatores associados à automedicação em idosos e identificar quais foram os principais remédios consumidos sem prescrição. Foram 1.515 pessoas com mais de 60 anos estudadas, sendo que cerca de 80% consumiram ao menos um medicamento nos três dias anteriores à pesquisa. Desses, 9% consumiram simultaneamente remédios prescritos e não prescritos. Idosos com renda per capita menor consumiram mais medicamentos sem orientação médica. Entre os fármacos mais consumidos sem orientação médica, os pesquisadores identificaram dipirona, AAS, diclofenaco, Ginko biloba, paracetamol e homeopáticos.

Pessoas acima dos 60 tendem realmente a consumir uma quantidade maior de medicamentos do que pessoas mais jovens, afirma Neide Pereira, médica alergista e membro da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI). “Conforme envelhecemos, novos problemas de saúde aparecem. Sentimos mais dores, ressecamento da pele, fora as patologias existentes, como pressão alta, diabetes, colesterol. São poucas pessoas que envelhecem com bastante saúde. Um paciente com mais de 60 anos raramente é virgem de tratamento, sempre está usando alguma coisa. O médico tem que saber que medicamentos o paciente está consumindo antes de prescrever qualquer coisa. Uma dica que eu dou é: sempre que for ao médico, leve uma lista dos medicamentos que usa”.

Um remédio, por mais que seja indicado para tratar algum problema de saúde localizado, sempre tem algum efeito colateral. “Não é à toa que, em inglês, remédio é chamado de ‘droga’. Todos têm efeitos colaterais. Alguns medicamentos têm efeito cumulativo, precisam de mais tempo para causar alguma reação. A gente acredita que 10% dos pacientes apresentam alguma reação alérgica a medicamentos. Mesmo um gelzinho antiinflamatório é um medicamento, é absorvido. ‘De médico e louco, todo mundo tem um pouco’. Então, às vezes, a preguiça de procurar um médico para tratar de um resfriado – que sempre foi tão simples – pode gerar graves consequências”, alerta Neide.

A automedicação não é perigosa apenas pela possibilidade de alergia. Ainda existe o risco de interações medicamentosas, que poucas pessoas lembram de considerar. “Uma pessoa que já faz algum tratamento para o coração, por exemplo, e toma uma aspirina quando tem gripe, está realmente tomando dois medicamentos com a mesma ação, que se potencializam. Qualquer corte que ela sofrer, vai sangrar muito mais do que o normal. O vizinho que recomendou aquele remédio para aquele problema pode não tomar os mesmos que você toma, ter a mesma sensibilidade que você, pode ter outras doenças. A mistura de remédios pode causar aumento ou diminuição de pressão, tonteira, quedas, isso fora as alergias. Pessoas idosas, em especial, devem ter muito cuidado com os medicamentos que tomam”, diz a médica.

Quer evitar ter que ir ao médico a cada gripe que surgir e ainda quer evitar os problemas que podem surgir com a automedicação? Neide tem a solução perfeita. “O médico tem que ter um plano de ação com o paciente. Se ele já conhece os medicamentos que toma, sabe orientá-lo melhor. Basta perguntar a ele quais remédios pode tomar em caso de dores, gripes e resfriados, machucados pequenos, etc. O idoso deve levar à consulta uma lista com as perguntas que têm e os medicamentos que já toma, para que saia de lá com todas as dúvidas esclarecidas e corretamente orientado”, conclui.


Fonte: www.maisde50.com.br

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