Segundo o juiz Marcos Irany Rodrigues da Conceição, o empresário sofreu uma ação de despejo por falta de pagamento de aluguel de um barracão em Guaranésia (MG) e colocou o material no sítio, que fica às margens da Rodovia MG-450, entre Guaxupé e Tapiratiba (SP). No entanto, isso tem gerado riscos ao meio ambiente e à saúde pública, além de ser uma ação irregular.
O dono do material foi orientado pelo Ministério Público a levar os pneus para o ecoponto da cidade, no entanto, segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Guaxupé, o local não comporta todos os pneus e os restos de borracha não podem ser armazenados lá. De acordo com a Polícia Ambiental, foram despejados cerca de 78 caminhões no sítio, cada um com centenas de pneus e restos de borracha, que são utilizadas no setor calçadista. Para a polícia, o empresário alegou que não jogou fora o material, mas que ainda vai utilizá-lo para reciclagem.
“É algo irregular, ele não tem alvará e aqui não é local para descarte, e ele está utilizando a área como depósito, o que também não pode acontecer, visto que os pneus tem que ficar em uma área coberta, com solo impermeável. A existência de tantos pneus no sítio oferece risco de incêndio, além de problemas sociais e ambientais”, explica o comandante da Polícia Ambiental, Luís Alves de Oliveira.
Os órgãos ambientais também estão preocupados com o caso. O biólogo Sérgio Luiz Faria dos Santos acredita que os pneus estão mal armazenados no sítio. “Esse tipo de material não pode ficar exposto assim. Da forma como os pneus foram despejados na área, podemos ter problemas com o lençol freático, problemas com os rios mais próximos e consequentemente para os animais que vivem próximos ao local, em rios e ainda pode trazer riscos de incêndio e como estamos em época de chuvas, temos o problema da dengue, que é iminente nesta situação”, destaca.
Já para os moradores, a situação assusta. O aposentado Júlio César Dias, que vive no local há 18 anos, conta que nunca viu algo semelhante na região. “Aqui sempre foi um local bom para viver e morar, mas o caminhão veio aqui e descarregou os pneus no sítio, o que sabemos que pode atrair o mosquito da dengue e causar empecilhos para quem mora próximo", comenta.
Ainda segundo a Polícia Ambiental, o caso será estudado. “Vamos buscar uma alternativa para resolver o problema da disposição do material”, informa o comandante.
Os fiscais da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) devem fazer nos próximos dias uma fiscalização no depósito de pneus.
Fonte: G1 Sul de Minas
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