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sábado, 23 de outubro de 2010

ESPORTE: Homenagem aos 70 anos de Pelé

Começo esse texto para falar de Pelé lembrando de Ângela Maria, uma cantora consagrada, que no passado foi chamada de A Rainha do Rádio.
Ninguém melhor do que uma Rainha para homenagear o Rei Pelé em uma canção gravada por ela com essas palavras:
“... Passa a vida, lembranças, imagens se vão, mas tem coisas que ficam na gente. Um menino chorando, uma copa nas mãos, essa imagem ficou para sempre..."

(Reprodução)
"... Foi um grito de glória, o Brasil, a vitória, esse povo cantou de alegria. Essa mesma alegria que um dia vem fazer essa gente chorar...” O nome da música: Esse Amigo Pelé.
A Rádio Eldorado conserva sua discoteca e lá encontrei essa gravação. Visitar esse lugar é como entrar no Túnel do Tempo, porque lá nos sentimos de volta ao passado em meio a compactos e long-plays em vinil.
Crianças do meu tempo gostavam de ver os discos girando para aguçar a imaginação dos meninos que ao brincar com a bola também sonhavam ser Pelé e brilhar nos gramados.
Por tudo isso, Pelé continua jogando porque nunca parou de jogar. Como diz o filme, Pelé é eterno. Ele está a todo momento nas imagens da televisão fazendo gols repetidos exaustivamente.
Também existe um tal Edison Arantes do Nascimento, com "i" mesmo, nascido em Três Corações – MG, a 23 de outubro de 1940 e que há 70 anos convive com o menino Rei do Futebol. Sempre se deram bem, os dois na juventude choraram de emoção no ombro amigo do goleiro Gilmar e aquela atitude, sabe como é, tão simples, conquistou as pessoas e até hoje nas horas de recolhimento, certamente o Sr. Edison silencia ao ouvir uma canção com os dizeres:
“...Um homem também chora, menina morena, também deseja colo, palavras amenas. Precisa de carinho, precisa de ternura, precisa de um abraço, da própria candura...”

(Arquivo/AE)
Todo jogador deveria seguir o exemplo deixado na composição de Gonzaguinha para ser um Guerreiro Menino, que em certos momentos até pode temer a derrota, mas durante a batalha adquire forças não sabe de onde e mesmo sendo frágil, se torna forte. Foi assim que Edison se transformou em Pelé.

(Arquivo/AE)
...“Guerreiros são pessoas, são fortes, são frágeis. Guerreiros são meninos no fundo do peito, precisam de um descanso, precisam de remanso, precisam de um sonho que os tornem perfeitos....”

(Reprodução)
Numa determinada época, Edison tentou ser mais forte que Pelé e se despediu da seleção em 1971 e não foi à Copa do Mundo de 1974, mesmo em condições físicas para jogar.
“... É camisa 10 na Seleção...”, pediu o sambista Luiz Américo, mas Edison que tentava ser mais forte, não deixou Pelé seguir com a seleção.
Se o Rei tivesse ido, o Brasil teria voltado tetracampeão do mundo, disso tenho certeza.
Embora a Holanda de Cruyff, tenha vencido aquele jogo na semifinal, seu time foi dominado até quase metade do segundo tempo.
O problema é que a equipe dirigida por Zagalo não conseguia chegar às redes adversárias porque faltava alguém para concluir: Quem?

(Arquivo/AE)
Os holandeses venceram por 2 x 0, mas com Pelé essa história teria sido diferente.
Edison, entretanto, não resistiria muito tempo porque o menino Pelé, louco para voltar, aceitou o convite e com ele muitos dólares para jogar no New York Cosmos. Foram três anos de partidas exibição pelos Estados Unidos divulgando o futebol. Os norte-americanos presentes na Copa de 2010 devem isso a Pelé.
Em 1978 despede-se novamente e ao discursar evoca o amor e inspira Caetano Veloso:
“...Meu amor desejo, pelo mundo inteiro eu vejo, que não tem quem prove, Pelé disse love, love, love...”
Aos que valorizam apenas o Pelé jogador, desprezando por motivos que não precisamos citar, o homem chamado Edison, lembro mais um pouco a canção de Gonzaguinha.
“... É triste ver este homem, guerreiro menino, com a barra de seu tempo por sobre seus ombros. Eu vejo que ele berra, eu vejo que ele sangra, a dor que traz no peito, pois ama e ama...”
Parabéns a Edison Arantes do Nascimentos pelos seus 70 anos completados neste 23 de outubro de 2010, afinal apenas Edison é quem está fazendo aniversário. Pelé não, sabe por quê?

Porque Pelé é Eterno.
Fonte: Eldorado ESPN - Geraldo Nunes


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