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sexta-feira, 9 de julho de 2010

COPA 2010: Ferido, Dunga defende decisões e quer descanso

Dunga se fechou em sua casa, em Porto Alegre, desde a chegada ao Brasil, no domingo, depois da decepção na África do Sul, que, segundo, ele, já virou uma "ferida". Ele passou a semana ao lado da família e não assistiu aos jogos das semifinais da Copa - nem pretende ver a decisão entre Holanda e Espanha. "Depois que voltei, não vi nenhum jogo até agora. Tenho dedicado todo o meu tempo livre à família. Só fiquei sabendo dos resultados e mais nada", afirmou. Ele garante não estar arrependido por ter deixado Neymar, Paulo Henrique Ganso e Ronaldinho Gaúcho fora do Mundial. "Foi feito tudo o que tinha de ser feito"
O treinador afirmou que a "ferida" da derrota para a Holanda já está feita em seu corpo e não sairá tão cedo. "Vai ficar uma ferida. Esse jogo não vai sair da cabeça tão cedo. Futebol é minha vida. Ninguém está preparado para perder. Foi uma fatalidade. Os holandeses tiveram duas chances e fizeram dois gols. Jogamos um grande primeiro tempo, poderíamos ter matado o jogo. Fazer o quê? Um dia alguém vai analisar toda a história e avaliar o que aconteceu".
Ele também revelou tristeza por não ter conquistado o hexacampeonato mundial. "Os jogadores foram leais em todos esses dias, foram incríveis. Eles se entregaram, não tenho um A para falar deles. Como as coisas estavam andando, era para termos chegado até a final. Essa é a maior tristeza. Tudo o que disse que faria antes da Copa foi feito. Não mudei nada. Fizemos o que tínhamos de fazer".
O técnico declarou que Felipe Melo "pagou a conta", mas o isentou de culpa pela eliminação. "Em 1990, foi comigo". "Não adianta massacrar o cara". Dunga também elogiou a disposição mostrada por Kaká durante a Copa do Mundo e a preparação para o torneio. "Fazia cinco meses que o Kaká não jogava. A tendência era de que crescesse durante a competição, e ele vinha crescendo. Não tenho nada para falar do Kaká. Ele treinava pela manhã, à tarde, à noite... Às vezes, eu até precisava freá-lo".
Dunga afirmou não ter mágoa de Ricardo Teixeira que anunciou sua demissão pelo site da CBF, depois de avisá-lo por telefone. "Não posso exigir que ele aja como eu agiria. Não tenho do que me queixar. Ele (Teixeira) me deu a chance de dirigir a seleção brasileira, de fazer quatro anos de trabalho. Vou reclamar do quê? Me pagou até avião privado para que eu fosse de São Paulo até Porto Alegre (na chegada da delegação ao Brasil)".
O treinador garantiu que ainda não pensa em voltar a trabalhar, apesar de ter recebido várias propostas."Tenho propostas desde antes da Copa, mas agora só quero ficar com minha família e tirar férias".
Dunga disse ter o apoio do torcedor brasileiro, mesmo com a eliminação nas quartas de final da Copa do Mundo. "O torcedor viu o que queria ver: uma seleção empenhada, disciplinada, que respeitou a camisa. É claro que o torcedor está chateado, queria que a seleção ganhasse. Eles cobram o time deles, não o treinador da seleção"
Além disso, voltou a reclamar do tratamento da imprensa, embora diga não guardar mágoas, e voltou a atacá-la. "A crítica ao trabalho é uma coisa, mas a crítica ao ser humano é outra. A imprensa que tanto lutou pela democracia é cruel. É o que falei, certa vez, para um figurão da imprensa"
Fonte: Eldorado ESPN - Eduardo Maluf
Foto: Roberto Candia/AP

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